Apresentação, Educação, Serviços, Equipe, Galeria de Fotos, Na mídia

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Núcleo de Comunicação Alternativa (NCA) na Mostra VilaMundo: A cultura Recria a Cidade.

Como deixar um bairro mais inteligente e criativo por meio do cinema? E uma cidade inteira?
É a discussão proposta pelo Brazucah para a Mostra VilaMundo: A cultura Recria a Cidade e participando dessa discussão, estaremos nós, Núcleo de Comunicação Alternativa (NCA) e os grupos Cine Favela, Cine B, Matilha Cultural, Cine Degrau, Cinescadão, Fabicine, Cinóia, DF5, Movimento pelo Cine Belas Artes, Nufla, Perifacine.

Quando: 8/5 –19h30 às 22h
Onde: Biblioteca Alceu Amoroso – Av. Henrique Schaumann, 777

Estão todos convidados! É só chegar!



Sarau da Roça - Lançamento oficial do DVD do Grupo Fé

O que faz com que sejamos vitoriosos é sem sem sombra de dúvidas a persistência. Precisamos todos os dias acreditar e acreditar que podemos ir um pouco mais além do que de fato podemos, pois aqui estamos pra exercer nossa condição natural de batalhadores e eternos amantes do que nos faz mais vivos, a CULTURA.
Esse sarau próximo tem um que especial, não só pelo fato de estarmos fazendo o lançamento oficial do DVD de 30 anos do maravilhoso "Grupo Fé", mas por que depois do último sarau tinhamos pensado em encerrar as atividades do Sarau da Roça, e a pressão dos amigos não nos deixou fazer isso, enfim a fé!
Ela que tudo move nos colocou novamente no rumo, e lutaremos e teremos esperança pra que a caminhada seja mais vitoriosa do que já tem sido daqui pra frente.
E o exemplo do Grupo Fé que está há mais de 30 anos na estrada é emblemático, pois àquem do estrelato, estes, são de fato trabalhadores da cultura, bem diferentes dos que fazem palanque pra politicagem e movimentação de massas de manobra em fim de eleição. Estes que nos acompanham desde o nascimento deste Sarau, sabem bem o que é ter um trabalho formal em diversas outras áreas da sociedade civil para alimentar suas práticas amorosas com a música e com a poesia, sabem o quanto à duras penas não deixamos o sonho morrer, e nada mais justo que celebrarmos juntos nosso renascimento, e nossa certeza de que a estrada ainda tem muito à nos oferecer. As amizades são prova viva desta empreitada!
Que venham mais 150 anos pra nós!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Mágoas de Março

Videopoesia produzido pelo Daniel do NCA para o trabalho de Allan da Rosa


É pau, é treta, é lodo no caminho
E no gesto o sufoco, É a gente sem ninho

É a casa arriando, o vexame em janeiro
É sirene, é resgate, reza e desespero

É o soro, a vacina, a lamparina na mão
É na face um bueiro, entupida a razão

É enchente de choro, melando o medo
É o desconsolo, cachaça, o fogo tão cedo

É o deslize previsto, é no chão o mocó
É a foice na sorte, na cacunda a dó

É o esgoto vazando, é quentar na fogueira
É a maldita sirene, a luz na nojeira

É defunto é entulho, Me desculpe o Jobim
A gaiola atolada e duro o canarin

É isopor, é garrafa, é tábua de passar
Armário boiando, a viela um mar

A parede rachada, o muro esfarela
A praia de esgoto, a tifo, a sequela

Arco-íris de vala/ Lixaiada brilhante
Criança dormindo e o berço na avalanche

É a miséria negreira em nova travessia
Oceano tumbeiro do chicote à bacia

É não ter documento, um barreiro a cozinha
Se alojar na vergonha, enterrar a vizinha

É perder certidão e brinquedo e fogão
É deslize, é desmanche e não ter quem dá mão

É o rodo que estoura e não guenta a lameira
É o balde rompendo, é friagem, é bicheira

São as mágoas de março fechando o verão
É a promessa devida da outra eleição

Arregaço na cerca, no peito e no mato
É a fossa, é o prego, a urina de rato

São as mágoas de março, é a merda no pão
Sem manta, sem copo, sem teto e sem chão

É cabeça abaixada, buscando quietar
É marmita ganhada, é a vida na pá

É o berro, o pavor, o enfarte, o despejo
A criança assustando e correndo pro beijo

A mudez do latido, a sobra da ração
Flutuando enforcada a nossa criação

É a trisca de vento, trazendo o terror
É o fedor no tempo, cobrindo o calor

É o povo espremido, o guarda-chuva virado
De podre o beliche, dormir no estrado

É enxada sem cabo, é cinco num colchão
E ainda louvar, agradecer na oração

É marreta, é olheira, é tosse, palafita
A enxurrada é tempero lavando a marmita

É sonhar ser alado e vencer temporal
É no espelho do medo, estrelar o jornal

É a chuva tão bela/ que germina a terra
No reino do pneu, o automóvel que impera

É a vingança do rio pela manta do asfalto
Rasgando avenida e jorrando pro alto

É o canal cinco chegando/ o treze, os barão
Entrevista, holofote, o lucro na locução

É a cifra banqueira levando a nação
É mangueira, é lanterna, tombo na alagação

Pirituba, Brasilândia
Mauá, Diadema, Jabaquara,
Cidade Ademar
Capão, Taboão, Embu,
Tucuruvi, Jaçanã, Guarulhos, Tiradentes, Perus, Taipas
Grajaú, Sapopemba

Cano, fé, graxa, terço, guia, capa, breja
Gorro, quadra, fio, beco, poça, bota, febre

São as mágoas de março, é a merda no pão
Sem manta, sem copo, sem teto e sem chão

São as mágoas de março fechando o verão
É a promessa devida da outra eleição

(Allan da Rosa)