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terça-feira, 14 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Avaaz denuncia irresponsabilidade de Dilma com as florestas e nações indigenas brasileiras e apoia Cacique Raoni contra usina Belo Monte


Caros amigos brasileiros,


A presidente Dilma deu o sinal verde para a construção da barragem de Belo Monte que destruirá enormes áreas da Amazônia. As notícias levaram o cacique Raoni, líder do povo caiapó, às lágrimas. Vamos apoiá-lo e gerar um grande volume de ligações para a presidente Dilma pedindo para ela impedir a construção de Belo Monte e defender a Amazônia!

LigueAgora!
A presidente Dilma acabou de aprovar a construção de Belo Monte, a barragem que irá devastar uma grande área da Amazônia, destruíndo o Rio Xingú. O cacique Raoni chorou ao prever o futuro do povo caiapó, que será duramente afetado pela represa. Agora suas lágrimas estão inspirando milhões de pessoas a agir para impedir Belo Monte, e nós podemos ajudar a fazer a diferença.

Nos dias seguintes ao anúncio, uma crescente onda de protestos varreu o país e ontem o Ministério Público Federal do Pará entrou com a 11a. ação civil criminal contra Belo Monte pelo não cumprimento de medidas prévias exigidas para preparar a região para os impactos sócio-ambientais. A pressão sobre a presidente Dilma está se intensificando e se mais brasileiros agirem, nós podemos ter um impacto importante em conseguir reverter a situação.

O governo ainda pode impedir Belo Monte e desenvolver estratégias de energia alternativa sem destruir a Amazônia nem violar os direitos dos povos indígenas e ribeirinhos da região, mas isso só vai acontecer se um número suficiente de brasileiros se manifestarem. Nos próximos dias, vamos apoiar o cacique Raoni telefonando intensamente para a presidenta Dilma pedindo para ela salvar a Amazônia. Veja abaixo o número para o qual ligar e o que dizer. Depois de ligar, veja abaixo o link para compartilhar os detalhes de sua chamada com milhares de brasileiros.

Estes são os números de telefone para ligar para a presidente Dilma

(61) 3411-1225
(61) 3411-1200
(61) 3411-1201


Aqui estão algumas sugestões do que dizer – lembre de ser educado e respeitoso ao ligar.

-Eu estou ligando para insistir que o projeto da usina de Belo Monte seja interrompido
-Construir a usina destruirá 400.000 acres de floresta tropical Amazônica - um desastre para animais, plantas, e pessoas que dependem desse ecossistema sensível para viver
-40% dos requisitos em saúde, educação, saneamento e proteção às terras indígenas não estão sendo garantidos pelo consórcio Norte Energia S.A. (NESA)
-Violência e especulação de terras cresceram nos últimos meses enquanto saúde, educação e saneamento são escassos na área de Belo Monte
-Nós devemos impedir Belo Monte agora, antes que o povo caiapó tome medidas desesperadas e arrisque suas vidas por causa da usina de Belo Monte

Se não conseguir completar a ligação, continue tentando -- isso significa que estamos congestionando as linhas e tendo um impacto.

Depois de fazer sua ligação, clique abaixo para compartilhar os detalhes de sua ligação:

http://www.avaaz.org/po/stand_with_chief_raoni/?cl=1105804420&v=9339

O Brasil tem o potencial de ser o maior líder mundial em proteção ambiental, e no ano que vem vai sediar o Rio+20. Porém neste momento, quando outras nações olham para o Brasil, elas vêem um país prestes a destruir florestas tropicais com as alterações no Código Florestal e tirar à força as pessoas de suas terras. Juntos nós podemos salvar a reputação do Brasil pedindo para a presidente Dilma defender o meio ambiente -- e construir um futuro de que todos nós, das tribos ao longo do Xingú aos netos das famílias urbanas, podemos ter orgulho.

Com esperança,

Ben, Iain, Ricken, Laura, Graziela e toda a equipe Avaaz

Mais informações:

Ibama concede licença e obra da usina Belo Monte é iniciada
http://www.dci.com.br/Ibama-concede-licenca-e-obra-da-usina-Belo-Monte-e-iniciada-1-376000.html

Cientistas encaminham a Dilma Rousseff protesto contra Belo Monte
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/06/cientistas-encaminham-dilma-rousseff-protesto-contra-belo-monte.html

Assembléia Geral da OEA recebe denúncia sobre Belo Monte
http://www.xinguvivo.org.br/2011/06/06/assembleia-geral-da-oea-recebe-denuncia-sobre-belo-monte/

Ibama ignora MPF e OEA e libera licença para obras de Belo Monte no Rio Xingu
http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3350

MPF ajuiza a 11ª ação civil pública contra Belo Monte
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/06/06/mpf-ajuiza-a-11-acao-civil-publica-contra-belo-monte.jhtm

Nós, indígenas do Xingu, não queremos Belo Monte :: Cacique Bet Kamati Kayapó, Cacique Raoni Kayapó Yakareti Juruna
http://www.noticiasdaamazonia.com.br/11999-nos-indigenas-do-xingu-nao-queremos-belo-monte-cacique-bet-kamati-kayapo-cacique-raoni-kayapo-yakareti-juruna/

MP diz que governo quer intimidar procuradores no caso Belo Monte
http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+industria,mp-diz-que-governo-quer-intimidar-procuradores-no-caso-belo-monte,68838,0.htm


Apoie a comunidade da Avaaz! Nós somos totalmente sustentados por doações de indivíduos, não aceitamos financiamento de governos ou empresas.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sarau da Ademar nesse domingo!

Vamô chegá povo, pois ali é familia...

sábado, 4 de junho de 2011

Marx ou seu Madruga? Eis a questão...


A resposta ideal seria os 2. Mas cada qual com sua contribuição, cada qual com seus erros e acertos. Porém, se perguntássemos à qualquer pessoa advinda de alguma periferia do Brasil, é bem provável que a maioria escolhesse Seu Madruga como referencial teórico. Isso é ruim e é bom. É ruim por que reflete uma exclusão do povo a um saber histórico importante, mas por outro lado dá novas saídas e interpretações de rumos possíveis para o fim das desigualdades que não só o já surrado marxismo.


Desde que comecei a me enveredar pelos caminhos da luta popular, sempre me soou muito estranho o fato de que o socialismo marxista fosse quase um consenso como postura política dos movimentos sociais. Não pelo fato de a teoria ser errônea ou por não ter coerência com a luta a ser feita, mas simplesmente por que me parecia algo sempre externo ao que de fato o povo envolvido tinha por conteúdo teórico. Infelizmente a igreja católica ortodoxa foi historicamente o grande ponto de referência educacional para a construção do modelo de ensino nas camadas populares, modelo esse oriundo de uma deturpação do próprio pensamento cristão em prol das injustiças do capitalismo.


Além da igreja e da família, ganhamos nos últimos 30 anos um outro elemento importante na formação das pessoas de baixa renda, a TV que, por sua vez, é desde a década de 70, uma potência informacional e hoje em dia praticamente um membro da família, que almoça, janta e toma café ao lado dos cidadãos. Nesse contexto, é bem simples imaginar que Seu Madruga seja uma figura mais emblemática que Marx para a massa, afinal ele é quem sempre esteve presente nas tardes depois da escola nos lares das periferias, diferente do Marx que mofava em alguma prateleira de biblioteca.



As últimas pesquisas realizadas sobre o tempo de exposição de crianças a TV são de fato assustadoras, as brasileiras são as que mais veem TV no mundo, com uma média de quase 5 horas por dia. E caiam da cadeira, pois a média de leitura das crianças brasileiras é de um livro por ano. Agora, a pergunta que não quer calar: Quem tem mais influência na educação das crianças brasileiras das camadas populares atualmente?

a) A família?
b) A igreja?
c) A televisão?

Como diria “Jack, o estripador”, vamos por partes!

Tópico a:

Pensemos no conceito de família em grande parte das periferias do Brasil: numa casa pequena, numa comunidade enorme em um espaço também pequeno, a maioria dos lares tem a mãe como principal provedora, depois é claro, da debandada da maioria dos pais que fazem seus filhos e fogem da situação. Os responsáveis da família, sempre com pouquíssima instrução ou nenhuma, caso comum pelo fato de ter de abandonar a escola cedo para trabalhar. Nesses lares, para que as mães trabalhem cuidando dos filhos da classe média alta, as crianças mais velhas cuidam das mais novas, e devido à falta de locais dedicados a lazer e educação de período integral, a TV cai como uma luva, pois é o tranqüilizante, sossega leãozinho que segura, por um mínimo tempo que seja, a criança dentro do espaço minúsculo que ela chama de casa. Há uns 20 anos atrás, pelo fato de a internet não ser tão presente, eu já assistia muita TV, mas pegava boa parte do dia para as atividades de rua, futebol, pipa, pião, bolinha de gude entre outras, porém a maioria das crianças na atualidade quando saem de casa pra se divertir durante o dia, vão pra uma lan house. Tornaram-se mais raros que onça parda os jovens da bolinha de gude e do pião. E a internet, sem a educação, faz das lan houses uma obviedade do mal, 50% dos computadores ligados em jogos meramente desestressantes como Counter Strike, outros 45% em sites de relacionamento, dos últimos 5%, 3% estão fazendo trabalhos de escola no melhor modelo control C/control V e apenas 2% devem de fato estar pesquisando algo. Triste, né? Mas com a jornada de trabalho dos pais, como conter essa situação? As mães solteiras nem ao final de semana têm sossego, pois têm de dar conta de seus lares nesses dois dias, pois é o tempo que tem, imagina se na hora que ela decide descansar, o filho lhe pergunta: "Mãe o que é mais valia?". Essa nem o Marx responderia, aliás, o mesmo não era lá o melhor referencial de pai em sua época, já que 3 de seus 6 filhos morreram de inanição, e um bastardo ele simplesmente deu a seu melhor amigo Engels para que criasse eu seu lugar. Seu Madruga aí teria muito a ensinar a ele já que sempre foi pai solteiro e, ainda que na malandragem, nunca abriu mão da criação de sua filha.


Vamos para o tópico b, as igrejas.

Podemos dizer que em outros tempos já foram bem mais poderosas nas quebradas, principalmente a católica, mas seguem fortes mantendo uma velha regra na geografia social: uma igreja, um bar e uma lan house. Lógica não à toa desta forma. Igreja pra escorar as angústias da mãe (quase sempre abandonada pelo companheiro), sem perspectivas para os filhos, reprimida em seus desejos femininos, cansada. Bar para curar a insegurança do homem, que não tem coragem de assumir a vida que construiu, que não encontra força pra mudar o caminho, que só se sente poderoso na farsa do coleguismo de boteco. E lan house, como já foi dito, pra apaziguar a energia dos filhos.

As igrejas evangélicas são hoje um caso interessante, tornaram-se um micro poder fundamental no panorama social brasileiro. São moderninhas, permitem saias mais curtas, permitem rap, rock e funk do senhor, cortes de cabelo diferentes e até tv. Resignificaram seus pecados e como toda boa empresa ampliaram seu nicho de mercado. E são respeitadas, o PCC, por exemplo, só permite desfiliação mediante conversão. Logo, pastores e pastores vão se multiplicando, dentro e fora dessa lógica. Barões e plebeus, anjos e demônios, juízes e réus. Pois é, existem até caras sérios nessa parada, caras que exercem sua espiritualidade de maneira pacífica e são valiosos para os corações amargurados do lugar.
Como são muitas as casas de oração e como não há restrições para se abrir uma filial, até cabeleireiros depois do expediente tornam-se igrejas e lá a oratória derrama seus verbos, sua "fé". Mas hoje em dia quem tem fé de verdade? Nem em si mesmas as pessoas acreditam, quiçá em deuses, mesmo os mais “pop-stars” se quebram diante do status do mercado e é aí que o principal fenômeno da atualidade manifesta seu poder.


Tópico c:

A TV, ou melhor, Deus, ou melhor, o caso de amor, ou melhor, o educador, enfim, o pai, a mãe, você!
Vixi... é ai que a coisa fede. Na pasmaceira do dia-a-dia deixamos de tomar as rédeas de nossa vida e a entregamos fácil nas mãos do pré-moldado tubo infecto televisivo, queremos sua fama, seus produtos, sua ideologia, sua vida. Lá tem tudo, não é mesmo?? Deixemos as crianças por lá então né? Gostaria de responder não, pelo amor de deus! Mas infelizmente a resposta social tem sido sim.



Educados pela Tv, praticamente 4 gerações assistiram ao seriado "Chaves" do SBT e puderam se encontrar numa realidade muito comum. No Chaves o personagem principal é uma criança abandonada (o próprio Chaves), numa vila com muitos lares desestabilizados. Dona Florinda, mãe solteira com seu filho Quico, Glória com sua "sobrinha" Paty, Seu Madruga e sua filha Chiquinha, além da solitária dona Clotilde. As crianças são vividas por personagens adultas que usam roupinhas infantis, uma bizarrice essencial quando pensamos na responsabilidade que adultiza as crianças nas periferias da América Latina. Enfim, uma ficção muito interessante, mas que também traz situações desconcertantes, com violência e injustiças sociais. Contraponto incompatível ao fenômeno das novelas da época que traziam a vida invejável das elites e seus conflitos idiotas.


Marx, do seu ponto de vista, também estabeleceu a crítica à burguesia e foi extraordinário ao revelar a estrutura do capitalismo e sua lógica de exploração. Mas, ao meu ver, seu grande erro é entender o conflito como via primordial da existência humana, quando resumiu a humanidade à luta de classes, quando pensou na ditadura do proletariado. Pra mim uma teoria vingativa, que não nos levará ao empate do jogo de classes e sim à eterna guerra entre oprimidos e opressores. Eu acredito na célebre frase do velho Madruga que diz que "a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena". Pra mim, o contexto só mudará quando nos tornarmos mais amáveis, mais respeitosos. E é bom lembrar: amor não é só perdão, quem ama cuida e quem cuida critica, briga, desata, reata, constrói. O que os durões socialistas que almejam pegar em armas não pensam é que matar é matar, independente do lado que você esteja. Acredito na via que responsabiliza a todos pelo problema atual, não sou melhor porque nasci em periferia, não sou melhor por que tenho uma história triste pra contar, nem são melhores ou piores os que nasceram em berço de ouro. Sei que os escravocratas foram e são um desastre do ponto de vista humano, mas sei que também foram desastrados os que se deixaram escravizar. Somos mais que essa eterna guerra, precisamos resolver nossas contradições internas. Pois assim como Marx não foi marxista, Ramón Valdés não foi Seu Madruga em sua vida pessoal. Precisamos aprender a ver um humano imperfeito e maravilhoso em cada pessoa que atravessa nossa vida. E viver pra construir a nova história deixando a velha história no lugar dela. Pois o futuro precisa de bases, mas não é construído por quem já morreu.