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sexta-feira, 21 de junho de 2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Por uma primavera brasileira!


Enquanto a manifestação contra as altas tarifas no transporte público paulistano ocorria tornando o centro da capital em um palco de guerra, Geraldo Alckmin nosso excelentíssimo governador do estado, estava em Santos inaugurando uma delegacia e um hospital. Quando vi isso não pude deixar de perceber a ligação entre os fatos. Acho que ele devia estar pensando assim: "Se os hospitais e as delegacias da capital não comportarem o tanto de gente que passará por lá depois da manifestação, agente manda o povo pra testar as novas instalações do litoral". É bem o perfil político dessa direita engessada que mofa no governo há décadas, construir delegacias ao invés de escolas, e hospitais precários que são só pra curar doenças e receber emergências, não contribuem com ação preventiva nenhuma.
Nosso prefeito tentou ser diferente desta vez, começando pelo fato de que, ao menos estava no país e não na França negociando mais eventos megalomaníacos para a cidade. Chegou até a recriminar a ação da polícia, mas é ingênuo se pensa que essa fachada vai conter os protestos.
Pelo visto as manifestação é apartidária, diversificada e continuará, pois já extrapolou a organização do MPL, o povo está mais atento e independente. O fato se demonstra evidente pelo tanto de gente tomando as ruas, o sentimento de revolta e indignação está despertando em nós novamente, como em outros tempos, e como sempre, pegando à todos de surpresa. É como se uma ebulição silenciosa começasse a dar seus primeiros sinais de fervura.
E é bom que se deixe claro aos vanguardistas de plantão que não se trata só de uma reclamação por conta de R$0,20, o que já não seria injusto considerando que seriam uns R$100 a menos por ano. Mas se trata sim de um incomodo latente com o eterno desrespeito às condições que o povo é tratado nessa e em outras cidades do país. Gastam bilhões na construção de estádios e no aumento do próprio salário e não diminuem imposto de praticamente nada, pelo contrário, prestam péssimos serviços de educação, transporte e saúde a população e ainda nos fazem pagar caro por isso, ainda que o salário mínimo seja o equivalente ao dinheiro de pinga nas suas festas de gabinete.
Para além da violência que os últimos atos geraram, principalmente por parte da policia, eu acredito na paz, creio que não se pode querer viver a vida num permanente conflito, mas também acredito que a paz exige que batalhemos por sua existência, não basta ficar sentado no sofá ou em frente do PC reclamando que os manifestantes são violentos, por isso não conseguem nada, não adianta falar que isso sempre acontece e nada muda, pior ainda, não adianta pensar que se você tem dinheiro para pagar os abusos do governo e ainda curtir o feriadão no litoral, que a manifestação é coisa de rebelde sem causa. Para mim mais vale a revolta inconsequênte que a acomodação consciente!
A paz que eu acredito não distribui flores ao inimigo, mas sim exige que o inimigo plante flores se quiser ver beleza, pois enquanto não permitirem que a beleza se manifeste naturalmente, terão de conviver, como todos, com as amarguras que ajudam a efetivar no cotidiano. Ridículo ver o Dimenstein fazendo campanha na CBN pra uma vaquinha on-line pra comprar flores à serem doadas em uma manifestação pela paz. Me pergunto por que ele não faz uma vaquinha pra inteirar a passagem dos que terão seu salário onerado pelo aumento da passagem.
Desculpem os mais românticos, mas o problema não são as flores, mas sim o contexto em que elas são distribuídas. A paz que eu acredito parece que brotará de fato bem em breve, em uma primavera florida como a que ocorreu em Praga há tempos atrás, ou como aquela árabe que há pouco se mostrou ao mundo. Nós os latinos, ameríndios, afro-brasileiros, já passamos por invernos bem hostis, chegou a hora de exigir que nos deem direito a primavera!