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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

IV Semana do Vídeo Popular


Nos dias 18 e 19 de Dezembro de 2010 aconteceu no Sacolão das Artes a IV Semana do Vídeo Popular que contou com diversos coletivos de produção audiovisual da cidade de São Paulo, dentre eles os anfitriões da casa NCA, além da Cia Estudo de Cena, do coletivo Nossa Tela, do TNT de Paraisópolis, Cinema de Guerilha e ainda vários realizadores independentes. Nos dias aconteceram debates, exibições de vídeo e o lançamento da quinta edição da revista do vídeo popular, além de distribuirmos o livro "Audiovisual Comunitário e Educação" publicação recém lançada com a partcipação de vários dos grupos presentes. Contamos ainda com a participação do companheiro Jordão da TV dos trabalhadores que contou um pouco sobre a experiência da TV da década de 80 até hoje, e convidou o coletivo à participar da programação da TV.

O encontro foi muito importante para os rumos do coletivo que já vinha se articulando desde 2008, pois algumas linhas de posicionamento político há muito debatidas, puderão ser enfim formatadas em um manifesto que segue à baixo:

Carta Manifesto No. 01
1.
Os coletivos e indivíduos que integram o Coletivo de Vídeo Popular de São Paulo são avessos ao modo de vida vigente, regido pelo capital e mediado pela exploração do homem pelo homem em busca do lucro, do poder, da hierarquia, do pragmatismo e utilitarismo de todos os sentidos e ações da vida. Portanto nossa posição é anticapitalista.
2.
Contrários a visão espetacular da arte, que estabelece uma divisão entre sociedade e artista, nos afirmamos trabalhadores da cultura. O artista nada mais é do que um trabalhador que emprega sua força de trabalho em processos artísticos. Somos necessários a outros trabalhadores da sociedade, assim como estes são necessários a nós.
3.
O Coletivo de Vídeo Popular de São Paulo entende como prioritário para a plena realização de suas ações estar junto a outros trabalhadores da cultura e integrantes de movimentos sociais que buscam a transformação da realidade, se opondo a visão fragmentária e gestionária dos campos da cultura, da arte e da política.
4.
Agimos e entendemos o audiovisual pela totalidade de seu processo de forma integrada e dialética: formação, produção, distribuição e exibição. A formação é a base de nossas ações, estando inserida em todas etapas. A cada processo nos formamos e assim contribuímos com a formação dos outros. Nosso objetivo é a formação como relação; buscamos o conflito.
5.
Na perspectiva da formação interna e busca da transformação social, estabelecemos relações de trabalho não hierárquicas e não alienantes, dentro de processos colaborativos de criação que não reproduzam a divisão social do trabalho. Acreditamos que a representação crítica passa antes pela superação da divisão entre trabalho espiritual e trabalho material entre sua equipe de trabalho.
6.
Não é nosso objetivo estabelecer dogmas estéticos e temáticos. Reconhecemos que o fazer artístico e cultural é um ato político. Somos contrários a política do entretenimento e da indústria cultural, que solidifica esteriótipos, preconceitos e a visão mercadológica da vida. Somos contrários a “arte pela arte” que isenta seus realizadores da responsabilidade com o contexto social. Tendo isso claro, desejamos toda liberdade ao fazer artístico e cultural!
7.
Não queremos contribuir com o modo de vida vigente, queremos sua superação pela destruição. Entendemos esta luta como processual, coletiva e histórica.

*
Carta elaborada na IV Semana do Vídeo Popular.
18 e 19 de dezembro de 2010.
Sacolão das Artes, zona sul de São Paulo.

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